sexta-feira, 28 de maio de 2010

Minha filha, meu queijo suíço

Terça-feira passada foi dia de levar Amélie pra uma rodada de "furadas".

Começamos no posto de saúde daqui de Delmiro Gouveia. Anti-hepatite B e BCG. A tal BCG deve ser uma delícia de tomar, pois gera um calombo no braço que nos acompanha pelo resto da vida. Pensem...
Graças a Deus não temos lembrança disso.

Contando com a imensa "simpatia" das atentendes Delmirenses, que tentamos - e conseguimos - quebrar sendo extremamente simpáticos, Amélie saiu de lá com uma furada no braço (BCG) e uma na coxa (Anti-hepatite B).

Rumamos para a vizinha Paulo Afonso, para o teste do pezinho. Já foi demais confiar no posto de saúde daqui. Prefirimos contar com um laboratório mais estruturado de "PA". Até porque, em Delmiro, o resultado só sairia em 2 meses, já na cidade baiana, em 10 dias.

Lá chegando, mais furada, desta vez no pé. Marcar com sangue uma cartela com umas 6 ou 8 bolinhas... choro, lágrimas e só não teve ranger de dentes porque Amélie ainda não os possui.

Depois dessa sequência, de volta pras Alagoas. Resultado do primeiro dia de vacinas? Horas e mais horas de sono seguidas, acompanhadas de uma minúscula elevação de temperatura. Não chegou a ser febre, tanto que no segundo dia já tava 100%.

Daqui a um mês e pouquinho, mais uma rodada!

domingo, 23 de maio de 2010

Coisas simples

Hoje foi dia de experimentar coisas simples, mas encantadoras.

A primeira coisa me trouxe um pensamento: "Como é que uma menininha tão linda pode fazer algo TÃO fedido??" rsrs.

Pois é...troquei uma fralda de Amélie. Digamos que não é tão difícil quanto possa parecer. Certo que ela também ajudou não fazendo os habituais shows de remelexo de outras trocadas, mas, sob o olhar atento de Karol, acho que me saí bem na limpeza. Limpando cada dobrinha, movimento sempre direcionado da frente para a parte de trás... secar, passar Bepantol e colocar a fralda limpa.

A segunda, foi logo em seguida: como sempre, durante as trocadas de fralda, banhos e afins, essa menina fica meio impaciente...começa a querer lançar aquele chorinho. Aí, ao invés de entregar pra mãe, puxei logo por meu colo e comecei a niná-la. Andei bem devagar pelo quarto, falando baixinho com ela, olhando-a nos olhos... ela foi acalmando, fechando os olhos, até que dormiu, com uma carinha super tranquila.

Bom demais.

Conselho do dia é o mais objetivo possível: Papais...participem!

sábado, 22 de maio de 2010

Estamos em casa!

Os últimos dias foram de uma "angústia comportada". Sabíamos que Amélie estava bem, mas estavamos angustiados com a Icterícia que a mantinha no hospital. A cada dia era a ansiedade de saber de uma possível alta.
Hoje, após o almoço, a pediatra chegou com o resultado do exame:

- Olha, ela continua apresentando Icterícia, mas os níveis já permitem que vocês não precisem mais aguardar aqui. Vão pra casa, banho de sol nessa menina!

Pois é... estamos em casa, em Delmiro.

5 horas e meia de viagem e estamos em casa!

A viagem que, normalmente, era feita em 3 horas, hoje foi em 5 horas e meia. Por que? Por estarmos levando aquela que agora determina nosso tempo, determina nossos caminhos, nossas paradas.

Chegamos bem. Cansados, mas graças a Deus bem. Conhecemos paradas novas. Um posto de gasolina, onde ficaram 2 fraldas sujas (uma chegou suja e a segunda foi durante a parada). Conhecemos também um posto da Polícia Rodoviária Federal...onde mais uma fralda ficou.

É delicioso viver uma vida nova, repensá-la, repensar valores, repensar essencialmente o tempo. É impressionante perceber como essa criaturinha tão pequena tem o poder de determinar novos rumos e ritmos para nossas vidas.

Você que está aguardando, pode começar a se planejar para o serviço. Serviço não usado aqui no sentido de trabalho, mas no sentido de servir. Você terá que atender aos desejos dessa criaturinha. Não adianta. Na hora em que ela abrir o berreiro, pedindo o peito, só tem uma alternativa: atender! Não tem "peraí"!

É já! É agora! É tempo de Amélie em nossas vidas!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Todo cheio!

Hoje foi um dia pro papai aqui ficar todo cheio...

No quarto, Amélie resolve abrir o berreiro. Usando toda a potência vocal... Karol tentou acalmá-la, ofereceu um colo mais do que eficiente, mas não deu resultado. Vovó tentou ajudar, mas nada feito...

Cheguei perto de minha pequeninha, que estava no colo de Karol, e falei com ela: "que foi menina? Tá chateada? Me conte seus problemas..."

Mal comecei a falar, os olhinhos fechados, bem apertados em meio ao choro, resolveram se abrir, se voltaram em direção ao meu rosto...o choro silenciou e um sorriso lindo demais apareceu naquele rostinho.

Aí desmanchei....rs.

Recomendação para os futuros papais: procurem curtir suas crias desde a barriga. Encostem, coloquem a mão, falem com eles. Tenho a convicção de que a relação já se estabelece desde então.

É delicioso perceber que seu bebê atenta para a sua voz e se agrada de ouví-la.

Aquele sorriso me fez ganhar o dia!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dia de ir pra casa!

Quinta-feira, dia 20 de maio. Terceiro dia de nascida e é hora de Amélie ir pra casa!

Acordo cedo, arrumei as coisas na pousada, fechei minha conta e rumei logo cedinho pro hospital. Encontrei Karol, Amélie e a vovó já arrumadas e angustiadas pra ir embora. Karol já de alta, esperando apenas a examinada da pediatra em Amélie.

Resultado? Ainda não é hora de ir... por causa de uma Icterícia - extremamente comum em crianças nascidas em cesáreas - Amélie vai ficar mais um bocadinho no hospital.

Coletaram sangue hoje de manhã, pra ter a precisão da situação dela. Mas está tudo ótimo, em paz. Tanto a pediatra quanto a obstetra se apressaram em especificar que estava tudo dentro do habitual.

Estou tranquilo, além de ser comum, é interessante que as duas possam estar 100% pra encarar 300 km de estrada pra casa.

Tudo tem a hora certa... enquanto isso, é hora de curtir um bocado a mais de minha filha linda.

Até mais!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Eu e elas


Ter uma filha. Não tenho a certeza se já “caiu a ficha” do significado disso. O que tenho certeza é que tenho vivido sensações únicas, indescritíveis, absolutamente indescritíveis. Não dá para descrever, mas posso afirmar com toda segurança que a sensação é de plenitude, é boa, é maravilhosa, é intensa, é especial, é... é! Embora eu tenha descrito algumas coisas, a sensação maior é que as palavras são incapazes de expressar de fato o que é olhar para a minha filha. Minha filha com a mulher que amo.

Pra Karol, o que eu poderia dizer? Muito, muito, muito e todos os muito obrigados que eu poderia dizer por toda a vida.
Agradecer por tudo o que ela passou pra que nós possamos viver essas sensações maravilhosas. Karol enjoou, sentiu dores, teve seu corpo alterado radicalmente “hormonalmente e espacialmente”, foi pra sala de cirurgia com um lindo sorriso – morrendo de medo, mas sorrindo. E fez tudo isso sendo cada dia mais linda, mais apaixonante, cada dia mais possuidora de meu amor. Amor que nos une de maneira ainda mais completa desde o nascimento da menina que inspirou a existência desse blog e me fez sentir que a vida é algo intenso, incrível e maravilhoso. Essa menina que tem feito com que nós experimentemos cada vez mais amor. De você por ela, de mim por ela, de nós dois por ela, entre nós dois, entre ela e nós.

Te amo muito Karol. Te amo muito Amélie. Obrigado por tanta felicidade que vocês têm me dado! Como eu já escrevi antes, mas agora com motivo muito mais verdadeiro: Karol, amo ser (e ter) uma família com você!


Aventuras "Cassi"enses

Pense em um homem cansado! Aumente mais um pouco o cansaço. Quando piorar um pouco mais depois disso, chegamos ao ponto: sou eu nesse momento!

O dia foi muito movimentado em torno da inclusão de Amélie no plano de saúde.
Eu e Karol temos o plano por ela ter uma tia que é ex-funcionária do Banco do Brasil.
A primeira preocupação: Amélie teria direito a ser incluída além dos 30 dias em que ela está coberta pelo plano de Karol?

Com essa dúvida me encucando rumei para a agência Ponta Verde do BB. 10:30 da manhã. Peguei a senha: P018, visor: P006. É, nem tá tão ruim, 11 pessoas a serem chamadas. Não contava que os rápidos estavam resolvendo em 15 ou 20 minutos cada. Mas enfim, alguns desistiram e depois de pouco mais de uma hora de espera, cheguei a mesa de atendimento.

- Bom dia senhor, em que posso ajudá-lo?
- Gostaria de acrescentar minha filha ao Cassi?
- Cassi? Mas isso não se faz na agência.
- Uai, mas meu plano foi feito na agência!
- É, então deve fazer tempo, pois agora o senhor deve ir ao prédio da Cassi, na Pajuçara.

Pra quem esperou mais de uma hora, esse diálogo de um minuto, no máximo, foi bem frustrante. Mas enfim, rumei pra Pajuçara e saí procurando o tal prédio.

Cheguei lá pouco antes do meio-dia. Uma funcionária, bastante atenciosa, me questionou:

- Trouxe os documentos da mãe?
(Pensamento: Putz!) – Não.
- Ah, vou precisar do RG, CPF, Carteira do plano, Comprovante de endereço e comprovante dos dados bancários.

Tudo bem, lá volto eu para o hospital. No meio do caminho me dou conta: os comprovantes de endereço da gente estão todos bem guardadinhos numa pasta dentro do guarda-roupa lá em Delmiro.
Comprovante de endereço de fato na mão? Documento do carro, com o endereço da casa do pai de Karol, em Ilhéus – 770 km de Delmiro.

Pensei: - bem, qualquer coisa vai pra lá e o pai de Karol manda por sedex.

Acabou nem precisando: mexendo na mochila, dei de cara com um contra-cheque da UFAL que tem nosso endereço e que peguei pouco antes de viajar e esqueci na mochila.

Xeroquei tudo, almocei na rua, levei o almoço da mãe de Karol no hospital, entre essas viagens peguei um breve e intenso dilúvio que caiu em Maceió e fez o trânsito ficar mais insuportável do que estava, e lá vou eu pra Pajuçara. Chego lá, a menina pega a papelada toda, imprime uns formulários e diz:

- Pronto, o senhor paga esse boleto e leva esse formulário pra sua esposa assinar nesse campo aqui (aponta pro papel). Depois o senhor traz de volta pra cá, que eu valido tudo no sistema.

Ótimo, a essa altura já eram mais de 4 da tarde.

Fui de volta pro Hospital pensando: essa criatura bem que podia ter feito o formulário na primeira ida, assim não precisaria voltar.... mas tudo bem. A dor de cabeça já incomodava, mas...

Peguei a assinatura de Karol, corri até o banco, paguei o boleto e voltei lá pra Pajuçara. 17:20 da tarde chego novamente (3ª vez) na Cassi. Entrego o papel e a menina:

- Olha, sua esposa assinou apenas aqui (aponta pro papel), contudo ela deveria assinar aqui também (escorrega o dedo pra uma linha mais ao lado) e sem isso não posso validar o plano.

Sorriso amarelo, forçado, palavrões sendo ensaiados na mente... mas o que fiz? Voltei lá pro hospital... quase 18 horas.... trânsito delicioso!

Pego a assinatura de Karol e vôo para a loja: 17:56...tá entregue a papelada e a saúde de Amélie devidamente assessorada com o plano.

P.S.: Ah sim, quanto a dúvida inicial: Amélie tem sim o direito a ter o Plano por ter nascido em um "parto coberto" pela Cassi.
P.S. 2: Balanço do dia: O painel do carro marca mais de 100km rodados dentro de Maceió só hoje.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Projeto Amélie: Dia 1

Pois é... Amélie tá com um pouco mais de 24 horas de nascida.

Hoje foi o dia de olhá-la um bocado. Perceber cada detalhe, admirar cada pequena variação nas expressões de seu rostinho.

Perceber que o nariz dela é exatamente igual ao meu quando recém-nascido. Perceber que a orelhinha, graças a Deus, parece com a de Karol...

Foi dia de pegá-la no colo, de dar uns "cheirinhos" nela.

Foi dia de colocá-la pra arrotar depois de um leitinho.

Foi dia também de registrá-la. E aqui vem uma informação de utilidade pública: eu, na minha humilde ignorância, acreditava que bastavam os documentos pessoais dos pais (identidade e CPF, se muito!). Mas não. Chego no cartório, comunico que desejo registrar minha filha e segue o seguinte diálogo breve:

- Casado no civil?

- Sim!

- Trouxe a certidão?

Minha mente "Homer Simpsoniana": - D'oh!

Saí do cartório desolado. Vale lembrar que moramos em Delmiro Gouveia, interior de Alagoas e estamos na capital, distante 300 km de nossa casa e da certidão de casamento da gente. Chateei não apenas por não ter registrado minha filha, mas também por isso atrasar uma série de coisas que teria a resolver em Maceió: Papelada junto a UFAL (licença-paternidade, auxílio pré-escolar, auxílio natalidade e inclusão de dependentes) e, principalmente, a inclusão de Amélie no plano de saúde.

Cheguei no hospital, demonstrando minha chateação... Karol, muito calmamente, me pergunta: precisa da certidão? Pode ser xerox?

-Pode, respondo eu...

Ela emenda: - Então pega na pasta aí dentro do armário!

Ficam essas duas lições básicas: 1) antes do nascimento de um filho ou de uma filha, dê uma passadinha no cartório e pergunte todos os procedimentos;
2) Case com uma mulher tão organizada e responsável como a minha!

Tá feito então. Amélie tá registrada! Amélie Vital de Paula.

Minha missão para amanhã deverá ser efetivar a inclusão de Amélie no plano de saúde.

Depois conto as novas. É isso... tá bom por hoje.

Vou dormir, descansar para pegar minha menina no colo mais um pouco amanhã!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Ela nasceu!!

É... hoje, depois de quase nove meses de espera, minha filha, Amélie, veio ao mundo.
3.430kg e 50 cm.

Linda. Única. Indescritível, na verdade.

Mas por qual motivo tento escrever essas linhas? Pra você que daqui a uma semana, um mês, um semestre, um ano ou um dia, irá viver a, até agora, indescritível experiência de ter uma pequenininha que depende totalmente daquelas pessoas que foram designadas para cuidar dela. Ou então para você que se interessa pelos assuntos da paternidade. Já sendo pai, ainda não sendo, sendo mãe ou ainda não sendo...

Nesse momento faltam 20 minutos para as 3 da manhã. Minha filha tem pouco mais de 6 horas de vida. E, esse blog vive seus primeiros minutos. Vamos ver... se eu tiver pique e disciplina para isso, tentarei registrar aqui todas as experiências possíveis de ser pai.

É isso...

Não sei se alguém vai ler...se ler, espero que goste!