segunda-feira, 23 de maio de 2011

Laboratório

Acabei de chegar do laboratório, onde fomos buscar o primeiro exame laboratorial de Amélie.
Por estar próxima de completar um ano de idade e por entre o décimo e o décimo primeiro mês não ter ganho peso nem altura, a médica solicitou:
Hemograma
Sumário de Urina
Cultura de Urina
Fezes - 2 amostras

A pediatra nos orientou: para coletar a urina, lavar o penico com desinfetante e com água fervendo. Depois é só colocar no coletor. Para as fezes, bem mais simples, basta coletar direto da fralda.

E assim fizemos. Quando chegamos ao laboratório e entregamos o potinho com a urina, a atendente já olhou meio torto. Apenas disse: um momento. E entrou.
Alguns segundos depois volta a mulher, com uma objetividade ímpar: " - Olhe, o doutor quer conversar com vocês sobre isso. Aguarde aí!"
Com um tom tão impositivo, aguardamos.
O dono do laboratório, bem mais solícito do que a funcionária (compreensível, pois lidar com um balcão lotado de gente não muito disposta a entender as orientações enquanto carrega potinhos cheios de cocô não deve ser muito simples), explicou: o potinho não podia ser daqueles tradicionais, pois para a cultura não podia ter contato da urina com a tampa. Servia para o sumário, mas para a cultura era necessário que trouxessemos outra amostra num coletor específico para crianças.

Neste dia, quando nos encaminhávamos para lá já estávamos com o coração partido. Embora soubessemos que era algo perfeitamente rotineiro,  a ideia de furar o braço da pequenininha não me parecia nem um pouco agradável. Na verdade eu não conseguia nem imaginar como se fazia isso em um braço tão pequeno.

Bem, como Karol não tem boa relação com sangue, sobrou pra mim segurar Amélie. E minha dúvida foi rapidamente desfeita. Se tira sangue de bebês da mesma forma que todos nós. Aquele elástico amarrado no bíceps, a passada de álcool no local e a procura pela veia.

Aí é que está a peste do negócio. Conceba a situação: você, com sua filhinha amada, pequenina, inocente no colo. O indivíduo amarra o bracinho dela com o elástico. Quase que imediatamente ela arregala os olhinhos assustada e desanda a chorar. Você olha pra baixo, o cara procura a veia e, naquele bracinho minúsculo, demora a encontrar. Você vê a pele do bracinho erguendo e abaixando enquanto a agulha corre por baixo. O choro cada vez mais intenso, as lágrimas rolando pelas bochechas. Ainda antes que o sangue apareça na seringa, ela aos prantos levanta a carinha e olha fundo nos seus olhos, como quem diz: me salve, papai!

Resumindo: é péssimo, horrível ou qualquer outra palavra que qualifique uma experiência ruim!

Hoje fomos pegar o exame. Anelie, redigido no resultado, mas tudo bem.

Sentados no carro, sai conferindo: sangue, ok. Urina, ok. Fezes: Ascaris lumbricoides - presente!

É isso... natural para alguém que tem como esporte lamber o chão, pé de cadeira, passear engatinhando e depois chupar o dedo...

Segunda-feira vamos a médica levar o resultado dos exames da nossa pequenina lombriguenta! E cada dia mais linda!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Dia de festa!

Bom, hoje é um dia de festa. Esse blog completa um ano. Porém, esse espaço virtual só existe por algo muito maior: minha filha, Amélie, que me ensinou e segue me ensinando a cada dia a dimensão que o amor pode tomar.

Pra me inspirar, fui reler o primeiro post, escrito de madrugada num quarto de hotel em Maceió, enquanto Amélie estava aos cuidados de Karol e esta aos cuidados da neo-vovó no hospital.

"É... hoje, depois de quase nove meses de espera, minha filha, Amélie, veio ao mundo.

3.430kg e 50 cm.



Linda. Única. Indescritível, na verdade.



Mas por qual motivo tento escrever essas linhas? Pra você que daqui a uma semana, um mês, um semestre, um ano ou um dia, irá viver a, até agora, indescritível experiência de ter uma pequenininha que depende totalmente daquelas pessoas que foram designadas para cuidar dela."

 Pois é. Um ano se passou e eu tinha razão: a experiência é realmente indescritível. Como Karol costuma dizer, é um amor que não cabe na gente. Amélie é, a cada dia, mais linda, única, indescritível. Consigo lembrar com facilidade de toda a enxurrada de sensações que eu experimentava há um ano. Acho que conseguirei lembrar por toda minha vida.

Porém não está tudo igual. Neste um ano, aumentou tremendamente meu amor por minha filha, o meu amor por minha mulher que, a cada dia se demonstra uma mãe mais amorosa, cuidadosa, perfeita no sentido que só ela sabe ser.

Aumentou tremendamente minha satisfação de ser de tal maneira abençoado. Aumentou tremendamente minha felicidade, meu prazer, minha realização de ser um pai de família. De ser responsável - e também ser cuidado - por minhas duas mulheres. Amélie e Karol. 

Tenho a convicção de que meu papel nessa vida, aquele que eu escolhi assumir ao ser presenteado por Deus com essa oportunidade, é o de ser o homem dessa família - amando, cuidando, respeitando os meus amores, as minhas bênçãos que me aguardam ali no quarto enquanto escrevo este post.

Filha, o que tenho a lhe dizer é que agradeço imensamente a Deus todos os dias pela sua existência. Agradeço a Deus por ter a chance de acordar enquanto você enfia seus dedinhos em meus olhos pra poder logo brincar comigo. Agradeço a Deus (e muito!) por sua saúde nunca ter sido motivo de grande preocupação. Agradeço a Deus por cada sorriso que você dá, por cada gargalhada falsa que você aprendeu a fazer, por cada balbucio que faz, atos que têm a capacidade de me alegrar com uma dimensão incomparável na vida. 

Incomparável como o amor que sinto por você, incomparável como associar palavras na tentativa de descrever uma bênção Divina que é ter você junto a mim, ter sua mãe, minha mulher que amo, ter e ser uma família com vocês.

Te amo Karol, mas hoje é dia de dar ênfase ainda maior pra meu outro amorzão:

TE AMO AMÉLIE! FELIZ ANIVERSÁRIO!!!

Posto a foto abaixo só para eu ter a chance de ao reler essas palavras ficar por alguns longos instantes babando a lindeza que você está no dia em que completa seu primeiro aninho!