Acabei de chegar do laboratório, onde fomos buscar o primeiro exame laboratorial de Amélie.
Por estar próxima de completar um ano de idade e por entre o décimo e o décimo primeiro mês não ter ganho peso nem altura, a médica solicitou:
Hemograma
Sumário de Urina
Cultura de Urina
Fezes - 2 amostras
A pediatra nos orientou: para coletar a urina, lavar o penico com desinfetante e com água fervendo. Depois é só colocar no coletor. Para as fezes, bem mais simples, basta coletar direto da fralda.
E assim fizemos. Quando chegamos ao laboratório e entregamos o potinho com a urina, a atendente já olhou meio torto. Apenas disse: um momento. E entrou.
Alguns segundos depois volta a mulher, com uma objetividade ímpar: " - Olhe, o doutor quer conversar com vocês sobre isso. Aguarde aí!"
Com um tom tão impositivo, aguardamos.
O dono do laboratório, bem mais solícito do que a funcionária (compreensível, pois lidar com um balcão lotado de gente não muito disposta a entender as orientações enquanto carrega potinhos cheios de cocô não deve ser muito simples), explicou: o potinho não podia ser daqueles tradicionais, pois para a cultura não podia ter contato da urina com a tampa. Servia para o sumário, mas para a cultura era necessário que trouxessemos outra amostra num coletor específico para crianças.
Neste dia, quando nos encaminhávamos para lá já estávamos com o coração partido. Embora soubessemos que era algo perfeitamente rotineiro, a ideia de furar o braço da pequenininha não me parecia nem um pouco agradável. Na verdade eu não conseguia nem imaginar como se fazia isso em um braço tão pequeno.
Bem, como Karol não tem boa relação com sangue, sobrou pra mim segurar Amélie. E minha dúvida foi rapidamente desfeita. Se tira sangue de bebês da mesma forma que todos nós. Aquele elástico amarrado no bíceps, a passada de álcool no local e a procura pela veia.
Aí é que está a peste do negócio. Conceba a situação: você, com sua filhinha amada, pequenina, inocente no colo. O indivíduo amarra o bracinho dela com o elástico. Quase que imediatamente ela arregala os olhinhos assustada e desanda a chorar. Você olha pra baixo, o cara procura a veia e, naquele bracinho minúsculo, demora a encontrar. Você vê a pele do bracinho erguendo e abaixando enquanto a agulha corre por baixo. O choro cada vez mais intenso, as lágrimas rolando pelas bochechas. Ainda antes que o sangue apareça na seringa, ela aos prantos levanta a carinha e olha fundo nos seus olhos, como quem diz: me salve, papai!
Resumindo: é péssimo, horrível ou qualquer outra palavra que qualifique uma experiência ruim!
Hoje fomos pegar o exame. Anelie, redigido no resultado, mas tudo bem.
Sentados no carro, sai conferindo: sangue, ok. Urina, ok. Fezes: Ascaris lumbricoides - presente!
É isso... natural para alguém que tem como esporte lamber o chão, pé de cadeira, passear engatinhando e depois chupar o dedo...
Segunda-feira vamos a médica levar o resultado dos exames da nossa pequenina lombriguenta! E cada dia mais linda!
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