Lanchinho noturno

Nove da noite, Amélie e Karol entram no quarto para dormir. Fico no computador. Já perto das dez horas, Karol abre a porta do quarto. Amélie pediu biscoito de chocolate. Só para ver o que acontecia, resolvemos atender. Colocamos três wafers de chocolate no pratinho dela e colocamos na mesa de jantar. Amélie olhou e disse:
- Quer não sentar!
Pensei e disse enquanto sentava no chão da cozinha:
- E no meu colo, quer?
Ela me encarou, pegou seu pratinho na mesa e despencou no meu colo. Cuidadosamente (e prazerosamente) foi enfiando os três biscoitos na boca enquanto admirava o recorte feito pelas mordidas em cada um deles.
Quando finalmente deu cabo no último, perguntamos:
- E agora? O que você quer?
E ela, sem pensar muito:
- Dormir com mamãe!
E foi entrando no quarto....

"Eu sou a Hyuna!"

Amélie, há algum tempo, assistiu no youtube o clipe Gangnam Style, do Psy. Vendo os vídeos relacionados, pediu para ver os da Hyuna (garota que dança com o Psy no metrô) e, desde então virou fã da coreana, ícone da chamada K-Pop. 

Ontem, no carro, ouvindo Bubble Pop, da Hyuna, Amélie lançou a pose abaixo dizendo:

"Eu sou a Hyuna!"

Destruidor de figurinos

Amélie tem algumas bonecas da coleção da Polly. Ela adora colocar e tirar as roupinhas. Mas, como são pequenas, acabam se perdendo. Aí, ontem, a avó Gracinha resolve pegar uns panos velhos e fez uma roupinha para a Polly. Um top com uma saia rodada. A princípio, Amélie adorou, mas de repente começou a chorar. Muito mesmo, com lágrimas escorrendo do rosto. 

Karoline foi a responsável por decifrar o drama: Ela queria que a saia fosse justinha e não rodada. Karol dobrou a saia da boneca e colou com uma fita adesiva. Sai Amélie toda satisfeita pra brincar na varanda. Em questão de segundos, volta a pequena rainha do drama em lágrimas. A fita havia soltado.

Pra tentar resolver, peguei a boneca e desfiz o nó da roupa, tirando a roupinha dela, pra tentar prender bem. Amélie, nesse momento, arregalou os olhos inchados de choro, puxou a boneca de minhas mãos e disse quase separando as sílabas:

- Você destruiu....você destruiiiiiu!!

Dia dos pais chegando

Vi há poucos instantes uma propaganda na tevê que questionava: pai não se cansa, pai não fica com dores nas costas de carregar o bebê, pai não sente as dores do parto, então por que um dia só para ele?

Bom, faltando uma semana para o dia dos pais e com o coração doído de saudade de minha filhinha, escrevo. Realmente: o pai não faz muito do descrito acima. Se ele não quiser. A paternidade vivida de fato é uma opção. Fazer um filho, muitos fazem, mas viver de fato a experiência de ser pai....aí cabe uma escolha. 

E, graças a Deus, tenho vivido experiências incríveis com minha filha. Mesmo em meio a sua ainda pouca conversa, um simples olhar dela, um pequeno gesto, um pequeno carinho.... tudo isso tem a capacidade de fazer a vida algo encantador.

Minha vida é, a princípio, te criar. Depois de criada, assumo o cuidar. Sei e espero que nem sempre precise, mas precisando, estarei pronto para cuidar de você sempre.

No próximo domingo, se comemora o dia dos pais. Por estar trabalhando, não passarei com você. Mas não tem problema. É apenas o dia dos pais. O dia do pai, o dia do seu pai, meu dia de ser pai é todo dia.

Te amo, filha. 

Aumento de Amor

Amor tem tamanho? 

Bom, sempre amei minha filha. Na gravidez amava a ideia dela existir, embora nem soubesse detalhes sobre sua pessoinha em formação. Na maternidade, meio abobalhado, sozinho com ela numa salinha. Sem entender direito a sensação de pela primeira vez na vida olhar pra um bebê e saber que é seu... sim, eu a amava!

Agora estou aqui, três anos e alguns dias depois, sentado no chão com o notebook no colo enquanto ela ressona na cama após eu colocá-la para dormir. Hoje Karol ficou boa parte do dia trabalhando e dar banho, almoço, levar para a escola, buscar, brincar, dar lanche, brincar, banho, janta, mais brincar e colocar para dormir foi atribuição (prazer, realização) minha. 

E essas experiências têm acontecido com frequência. Eu e Amélie temos tido diversos momentos "nossos". Não por Karol estar ocupada e precisar de uma "força". E sim porque quero estar junto dela. A amo, nos divertimos e sei que vivenciar ao máximo a paternidade só trará benefícios a todos os envolvidos. 

Acho lamentável aquele conceito de "pai-babá". Infelizmente é comum ver homens em tom lamurioso declararem: "É....hoje tô de babá!".

Babá não cara! Pai! Sejam pais. Em tempo integral. Vivenciem ao máximo cada descoberta, cada rotina, cada desenvolvimento de seus filhotes. Eles são um ótimo exemplo da perenidade do tempo. Ele está aí, passando o tempo todo! Eles estão crescendo e um dia vão viver a vida deles... aproveitem o tempo que eles estão por perto pra curtir, babar, vivenciar, brincar, cuidar, dar banho, trocar fraldas, levar pra escola e tudo mais que tem direito.

Aproveitem para plantar bons valores, em bate papos gostosos... marquem experiências boas, de amor. Para que, no dia em que precisarem, seus filhotes sempre lembrem onde podem encontrar seu ninho, seu porto seguro. 

Viva pra e com seu filho. Você vai perceber que sim. Amor tem tamanho! E cresce cada vez mais!    

Modos de ganhar o dia com a paternidade

Perto das 23 horas, sua filha de quase 3 anos deitada na cama, quase dormindo... Aí a figura olha pro teto e num inglês macarrônico e caprichando nos gritinhos lança:
"Whooooau! I feel good, I knew that I would now
I feel good, I knew that I would now
So good, so good, I got you
Whooooau! I feel nice, like sugar and spice
I feel nice, like sugar and spice
So nice, so nice, I got you"

 E termina gritando: Jaaaaames Brown!


 

Eu te amo, papai!

Hoje de tarde, eu e Karol tentávamos "forçar" Amélie a tirar uma soneca depois do almoço. Como sempre, ela vira de um lado pro outro e luta contra o sono.

Lá pelas tantas, pela primeira vez na vida dela, lança:

- Eu te amo, papai! Sabia que eu te amo?

Escalou o travesseiro e fez que foi dormir!

Enquanto isso, os pais se derretem com a capacidade dessa criaturinha em dobrar nossos corações, né Karol?

Plantão da madrugada

Há poucos instantes Amélie acordou meio zonza. Karol ofereceu o peito.

Ela, sem abrir os olhos direito diz:

- Não qué não... qué passear!